Exportação de calçados na pandemia

O Brasil é um país com abundância de matérias-primas, o que o coloca em uma posição privilegiada em relação a outros países. A identidade brasileira, é vista como atraente no exterior, o que dá aos produtos um maior valor agregado. Portanto, calçados de mais leves ou praianos, como sandálias, são conhecidos no exterior como algo tipicamente brasileiro, o que os dá uma maior ênfase na prateleira.

As sandálias  “Made in Brazil” são de muito populares e com alta demanda comercial. O mercado de exportação de calçados brasileiros é recheado de micro, pequenas e médias empresas, e, as empresas que se aproveitam da brasilidade ganham uma grande vantagem competitiva. Para aproveitar a grande demanda no mercado internacional que nasceu o  Exporta Mais, Um plano setorial acessível para as micro e pequenas empresas se destacarem no mercado global.

 

O PRIMEIRO ANO DA PANDEMIA

No primeiro semestre de 2020, o Brasil exportou 43 milhões de pares, com US$ 330,5 milhões. O volume recuou 24,6% e a receita 31,2%. A pandemia teve papel fundamental na queda das exportações de calçados, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em abril de 2020 houve uma queda de 40% em volume e 60,8% em faturamento com relação ao mesmo mês no ano anterior.

O setor calçadista sofreu os efeitos da pandemia especialmente no mercado interno que absorve cerca de 85% da produção nacional. Além disso, a produção brasileira de calçados apresentou maior queda do que seus principais concorrentes, por exemplo, até agosto de 2020 a produção no Brasil apresentou queda de 34,8% enquanto a China teve uma queda de 16% e o Vietnã de 4,8%, ambos os países já retornaram para os níveis de produção anteriores a pandemia.

Com relação às exportações, a queda de volume foi de 18,6% já a queda de valores correspondeu a 32,3% quando comparado a 2019, ou seja, o setor apresentou seu pior resultado em quatro décadas.  

Os principais destinos das exportações, em 2020, foram os Estados Unidos, Argentina e França, os três países mencionados apresentaram tanto quedas de pares quanto de valores. Já os principais Estados de origem desses produtos foram o Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo.

O Brasil produziu, em 2020, cerca de 720 milhões de pares de calçados, colocando o país como 4º maior produtor nesse setor, segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Calçados (Abicalçados), atrás apenas da China, da Índia e dos Estados Unidos.

 

O SETOR EM 2021

No primeiro bimestre de 2021 as exportações do setor somaram 19,7 milhões de pares e alcançaram US$ 122,52 milhões, assim, quando comparados com os dados do mesmo período de 2020 houve queda de 14,7% dos pares e de 26,4% dos valores. 

No primeiro mês do ano, segundo a Abicalçados, a indústria calçadista brasileira exportou 9,73 milhões de pares gerando um valor de US$ 60,93 milhões, estes números demostram uma queda de 22,2% em volume e 33,2%, em valores.

Apesar da queda os números são os mais altos desde abril de 2020 e apresentam ligeira alta quando comparados ao mês anterior. Todavia, os números de janeiro de 2021 são inferiores aos números do mesmo mês de 2020.

O principal destino das exportações de janeiro foi os Estados Unidos, para onde foram exportados 950 mil pares gerando uma receita de US$ 13,36 milhões. O segundo país foi a França, com 508 mil pares por US$ 4,82 milhões e o terceiro país foi a Argentina que importou 516,77 mil pares o que gerou US$ 3,8 milhões.

Com relação às importações também houve queda em janeiro quando comparado ao mesmo período de 2020. Assim, as importações caíram cerca de 28% em volume e 47% em receita. Todavia, quando comparadas com dezembro de 2020 houve um aumento de 43,8%, demonstrando uma tendência de incremento das importações de calçados enquanto o mercado doméstico se recupera. 

Para a Abicalçados, a queda em relação a janeiro de 2020 é justificada, pois, naquele mês as exportações ainda não sofreram nenhum impacto decorrente da pandemia, esses impactos se deram de forma mais clara a partir de março de 2020. Ainda assim, a associação acredita em uma recuperação em andamento e mantém expectativas de crescimento para 2021, com um crescimento de 14,9% quando comparado com o ano de 2020. 

Em fevereiro as exportações do setor calçadista somaram US$ 61,58 milhões, com resultados superiores tanto em volume quanto em receita quando comparado a janeiro do mesmo ano.   

No entanto, quando comparado aos resultados de fevereiro de 2020, os dados ainda apontem queda de 5,9% em volume e 18,1% em valores. A previsão da Abicalçados é que o mês de março ainda apresente queda comparado ao mesmo mês de 2020, em seguida é esperada uma recuperação mais substancial. 

Ademais, as importações de calçados, do bimestre, provenientes da China aumentaram 22,1% em volume quando comparado ao ano anterior. A China se recuperou rapidamente da crise sanitária provocada pelo Covid-19 e apresentou crescimento econômico mesmo em 2020.

Além da China, as principais origens das importações do bimestre são Vietnã e Indonésia, esses países também são responsáveis pelas importações de partes de calçados como saltos, solados, palmilhas, etc.

 

COMO COMEÇAR A EXPORTAR?

A exportação pode trazer impacto positivo para a empresa, em questões como aumento do nível técnico, além de capacidades mais desenvolvidas, dado que a empresa começa a atender clientes globais, o que agrega novos conhecimentos. A marca aumenta o seu valor e se diferencia da concorrência devido a sua presença internacional, além de novos mercados e ter contato com clientes internacionais, fomenta-se o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

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