Comércio bilateral EUA e Brasil

Seu histórico 
 

É uma tradição do comércio internacional brasileiro ter os Estados Unidos como um dos principais destinos e origens de seus bens. Costumeiramente, o saldo da relação entre Brasil e Estados Unidos foi deficitário para os brasileiros, entretanto, a partir da década de 2000, retomou-se o superávit, embora em 2009 tenha ocorrido um déficit em virtude dos reflexos da crise financeira internacional daquele momento. 

Durante a década de 2010-2019, a relação foi proveitosa: em 2014 foi registrado o melhor resultado somado de R$ 62 bilhões e tivemos um superávit em 2017. Os dados da balança comercial do Brasil mostram que nesse período o fluxo de comércio se manteve estável, variando entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões. Ao final da década, o 2019 fechou com um resultado de R$ 59,8 bilhões. 

Contudo, 2020 se mostrou um ano destoante e desafiador. Em razão da crise da COVID-19, a relação Brasil-Estados Unidos sofreu um grande abalo. De acordo com a Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil), em 2020 essa relação alcançou o seu menor nível desde 2009: em comparação com 2019, o acumulado de exportações e importações de janeiro a setembro caiu 25,1% em 2020. De fato, o Brasil encerrou o ano passado com um déficit bilateral gigante. 

 

Para muitos especialistas, o aumento do fluxo e a recuperação dessas relações depende muito mais do crescimento da diversificação e competitividade nas pautas de exportação do que do alinhamento político, não que este último não seja importante. Ainda há outros que afirmam que para retomar o volume de operações é necessário que o governo realize ações mais concretas para aumentar o acesso a produtos relevantes, porém isso se mostra difícil pois os países competem entre si por diversas commodities no mercado internacional, como o etanol.

 

Segundo a Amcham, o perfil dos produtos mais negociados entre Estados Unidos e Brasil (manufaturados e insumos para indústria) e o alto número de operações intrafirma favoreceram essa queda grande do comércio. 



 

Governo Trump

Apesar de, em diversas ocasiões, o presidente Jair Bolsonaro demonstrar completo alinhamento e apoio aos Estados Unidos de Trump, essa postura não foi suficiente para salvar o comércio bilateral da queda, analistas compreendem que a crise econômica derivada da pandemia foi o principal motivo.

Além disso, durante a gestão de Trump, as exportações brasileiras foram afetadas por restrições comerciais em setores como o siderúrgico (aço e alumínio). Ainda assim, o Brasil teve alguns ganhos nesses anos em que o republicano esteve no poder, como por exemplo a reabertura para o comércio de carne bovina brasileira in natura, a chance de exploração comercial no Maranhão do centro de lançamento de Alcântara e a oferta de crédito estadunidense no valor de um bilhão de dólares para o financiamento de projetos brasileiros.

Por fim, nos quatro anos da gestão de Donald Trump, podemos dizer que houveram certas evoluções interessantes na relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos, ainda que nenhuma medida tenha tido um efeito imediato. À exemplo disso, temos o acordo comercial, acordado duas semanas antes das eleições estadunidenses de 2020, cujo objetivo era facilitar o comércio entre os países, focando em questões não-tarifárias, desburocratizando regulamentações e reduzindo a corrupção. Denominado Acordo de Comércio e Cooperação Econômica, esse pacote vinha sendo negociado desde 2011 e foi muito bem recebido pelo setor privado cujas esperanças são de que este seja o primeiro passo para um acordo de livre comércio. 


 

Governo Biden e perspectivas futuras 

Com o fim do governo Trump, muitos se preocupam e se questionam em como o cenário internacional irá se dar uma vez que teremos um democrata no comando da maior economia do mundo. E, realmente, conhecer as previsões, mesmo que não sejam uma certeza, nos ajuda a nos prepararmos estrategicamente para o futuro. 

Nesse sentido, é um consenso entre analistas e especialistas que, com Biden no poder, a pauta ambiental será prioritária, dessa forma é muito provável que ela passe a ditar certas dinâmicas no mercado internacional, principalmente quando falamos da relação bilateral com o Brasil e o desmatamento da floresta amazônica. 

Para mais, presumi-se que Biden continuará com algumas medidas protecionistas de defesa comercial, antidumping e compensatórios, mas o alvo delas não é o Brasil, mas sim a China, outro importantíssimo parceiro comercial brasileiro.

Por último, vale destacar que a avaliação geral é de que os recentes acordos comerciais combinados pelo Brasil e Estados Unidos, como aquele que citamos acima, deverão ganhar prosseguimento com a gestão Biden, visto que tratam de temas que contam com um apoio muito forte do setor privado de ambos os países.

Esperamos que este conteúdo lhe tenha sido útil e que agora você saiba o que esperar para esse início de mais uma década.

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